EVOLUÇÃO TEMPORAL E INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA PARAÍBA-BRASIL ENTRE 2020 A 2023
LEITE, Allan Filho Virgulino; QUEIROGA, Cinthia Franklin de; SOUSA, Francilaure Nobrega de; GOMES, Higor Araújo Gomes; CALDFAS, Mona Lisa Lopes dos Santos; SANTOS, Everson Vagner de Lucena.
Resumo
O estudo aborda a evolução da sífilis congênita como desafio de saúde pública, com foco no estado da Paraíba entre 2020 e 2023. Apesar de ser uma doença evitável, houve 1.323 casos notificados no período, com maior incidência em 2021 (7,78 por 1.000 nascidos vivos). A análise revelou predominância de diagnósticos em neonatos com até seis dias de vida e maior prevalência em mães jovens (20-29 anos) com baixa escolaridade. Apesar de uma redução significativa de casos em 2023, os dados sugerem oscilações na eficácia das estratégias de prevenção e possíveis problemas de subnotificação.O estudo também destaca desigualdades sociodemográficas, como maior ocorrência entre neonatos de cor parda, e aponta avanços no diagnóstico pré-natal, embora a identificação tardia ainda ocorra. Para alcançar as metas da OMS de eliminação da transmissão vertical, o estudo recomenda políticas públicas integradas, campanhas educativas e melhor qualificação dos profissionais de saúde, reforçando a necessidade de assistência equitativa e vigilância epidemiológica contínua.
Palavras-chave
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Submetido em:
25/11/2024
Revisado em:
25/11/2024
Aceito em:
26/11/2024